Altemar Dutra
Gente Humilde
Tem certos dias 
Em que eu penso 
Em minha gente
E sinto assim
Todo meu peito
Se apertar
Porque parece 
Que acontece de repente
Como desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a como 
Quando eu passo
No subúrbio
E muito bem
Vindo de trem
De algum lugar
Ai me dá uma inveja dessa gente
Que vai frente 
Sem nem ter com que contar
São casas simples 
com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrita em cima 
Que é um lar
E na varanda cores tristes e baldias
Como a alegria de não ter 
Onde encostar
Ai me dá uma tristeza no meu peito
Pelo despeito
De eu não ter como lutar
Eu que não tenho
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde 
Que vontade de chorar
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